22/10/2025 17:28:06
Alexandre Bugin encerra ciclo à frente do Conselho Deliberativo do Grêmio

O dirigente deixa legado de diálogo, pluralidade e avanços na governança do Clube



Após nove anos de atuação na mesa diretora do Conselho Deliberativo, Alexandre Bugin encerra seu mandato como presidente do órgão máximo de deliberação do Grêmio. Engenheiro agrônomo e conselheiro desde 2010, Bugin ocupou o cargo de vice-presidente por dois mandatos consecutivos (2016–2019 e 2019–2022) e, de 2022 a 2025, exerceu a presidência do Conselho. A partir de agora, seguirá contribuindo com o Clube como conselheiro consultivo. 

Com uma trajetória marcada pelo diálogo, pela modernização do Conselho e pela valorização da pluralidade de ideias, Bugin deixa o cargo com sentimento de dever cumprido. “Eu sempre senti um carinho muito grande em relação à minha pessoa por parte dos conselheiros e dos colaboradores do Clube, e isso para mim é muito importante. O sucesso de um mandato também passa por esse respeito e reconhecimento”, destacou. 

Ao relembrar sua trajetória à frente do Conselho Deliberativo do Grêmio, o presidente ressaltou um período de modernização, diálogo e fortalecimento institucional. Desde o início da gestão, a aproximação com as administrações executivas foi fundamental para consolidar uma relação de colaboração e transparência, sempre com espaço para críticas construtivas e atuação conjunta em benefício do Clube. 

Entre as principais iniciativas, o Conselho viveu um processo de modernização administrativa. Foram implantados o reconhecimento facial para registro de presença dos conselheiros, criado um aplicativo para votações internas e a regulamentação da participação online nas reuniões, medidas que ampliaram o acesso e a representatividade. A pluralidade política também foi um pilar da gestão, com a valorização das comissões temáticas e a presença de diferentes grupos e movimentos no debate dos temas do Clube. 

Outro avanço relevante foi a criação da Comissão da Arena, responsável por acompanhar de perto as negociações e questões jurídicas envolvendo o estádio. O grupo participou ativamente de todo o processo que culminou na recente transferência da gestão da Arena para o Grêmio, um marco histórico para o Clube. No campo estratégico, também foi instituído um grupo de estudo voltado à busca de novos investimentos, explorando alternativas financeiras para fortalecer o Grêmio sem recorrer obrigatoriamente ao modelo de SAF. 

Durante o mandato, Bugin destacou a importância de manter uma relação de articulação constante entre o Conselho Deliberativo e a gestão executiva do Clube, especialmente em temas estratégicos. Um exemplo foi o trabalho em torno do planejamento estratégico do Grêmio, cuja primeira versão data de 2004 e que, desde então, vinha sendo apenas atualizado internamente. “A partir de 2023, assumimos o compromisso com a Comissão de Planejamento Estratégico de concluir uma nova atualização completa do documento até o fim da gestão. A proposta, construída em conjunto com a diretoria executiva, foi apresentada à administração ainda no ano passado, com previsão de implementação em 2024, reforçando o papel do Conselho como agente ativo na construção do futuro do Clube”, ressaltou. 

Mesmo diante de desafios significativos, como a pandemia e, mais recentemente, as enchentes que afetaram as atividades na Arena, o Conselho manteve suas ações, adaptou reuniões e garantiu a continuidade dos trabalhos. A organização do processo eleitoral do Conselho Deliberativo de 2025 também foi destaque, com recorde de participação nas votações. 

Bugin ressaltou ainda que “a eleição do Conselho apresentou uma novidade histórica: pela primeira vez, duas chapas ultrapassaram o percentual mínimo de 15% dos votos, previsto nas regras de 2015. Esse cenário exigiu decisões inéditas por parte da Comissão Eleitoral, que atuou com total independência e de forma exemplar, respeitando rigorosamente as normas estatutárias do Clube”. 

Apesar do reconhecimento pela condução do processo, o presidente apontou que o resultado das eleições também promoveu a necessidade de reflexão sobre possíveis ajustes no estatuto. Para ele, “o grande desafio do próximo ciclo é promover um debate amplo e técnico sobre essas questões. A intenção é que, até a próxima eleição, o Grêmio possa revisar seu estatuto e regimento eleitoral, garantindo um processo ainda mais claro, participativo e alinhado à realidade do Clube. É um tema que precisa ser tratado com serenidade e antecedência, para que as regras estejam bem definidas e legitimadas por todos”, concluiu. 

A gestão também se notabilizou pelo fortalecimento de iniciativas sociais e de inclusão, com a consolidação do projeto Clube de Todos, referência no combate ao preconceito e à discriminação no esporte, e pela criação do camarote destinado a pessoas dentro do espectro autista, em parceria com a administração da Arena. 

Ao comentar sobre o futuro, o dirigente explicou a decisão de não buscar a reeleição. “Está na hora de ficar mais com a minha família, com meu trabalho, com a minha empresa. Vou permanecer à disposição, mas não estarei mais à frente do Conselho”, afirmou. 

Bugin também destacou a gratidão ao ex-presidente Carlos Biedermann, que confiou em seu trabalho e atribuiu grandes responsabilidades durante o período em que atuou como vice-presidente e a parceria com o vice-presidente Roger Fischer. “Nos conhecemos às vésperas da eleição, mas ao longo desses anos construímos uma relação de confiança e cooperação que foi essencial para o bom andamento da gestão”. Com um balanço pautado por lealdade, respeito, transparência e participação, o presidente encerra seu mandato emocionado e com sentimento de orgulho e dever cumprido. “Talvez nem tudo tenha sido possível realizar, mas tenho a convicção de que agimos sempre guiados pelos princípios do diálogo e do respeito, buscando o melhor para o Grêmio e para todos que fazem parte dele”.

 

Foto: Amanda Ferronato / Grêmio FBPA